quarta-feira, 4 de março de 2009

Goodbye, Virgin Megastore!

Texto publicado no portal do jornal "O Globo" de 04/março/2009 às 12h38m


Imagem encontrada e copiada do blog "I'm Learning To Share"
(http://learning2share.blogspot.com/), postada lá em 15/fevereiro/2008.

Em maio de 1996, fui conhecer a Virgin Megastore de Time Square...
Inesquecível... ao passar pela seção de CDs de música brasileira,
a voz de Gal Costa marcava o som ambiente...



Crise no mercado de música
Megastores da Virgin nos EUA fecharão as portas até o fim do verão americano

RIO - Após quase duas décadas atuando como uma referência do mercado de música no mundo inteiro, a Virgin — empresa britânica do segmento de vídeos, CDs e artigos ligados à indústria de fonográfica e de entretenimento — vai fechar todas as grandes lojas nos Estados Unidos até o fim do verão.

O motivo é a valor dos pontos onde estão instaladas as lojas, que podem render mais alugados do que com as vendas das lojas. Com isso, mil funcionários perderão o emprego.

As lojas mais modernas foram investimentos do bilionário e fundador da rede, Sir Richard Branson, e permanecem rentáveis, mas as imobiliárias responsáveis pela cadeia nos Estados Unidos disseram que poderiam aumentar a renda com novos inquilinos.

— Eu vinha protelando a decisão, com a idéia que esta seria mais uma vítima da indústria da música disse Simon Wright — o executivo principal da Virgin Entertainment Group Inc.

A economia desaquecida com a crise financeira internacional foi o golpe final para a decisão do fechamento das lojas. Para tentar competir com as músicas baixadas pela internet, principal causa das perdas financeiras, a Virgin já vinha diversificando o ramo de atuação dos negócios.

Nos últimos anos, suas lojas passaram a vender livros, roupas e também produtos eletrônicos. As lojas restantes geraram US$ 170 milhões de receita em um ano, bem abaixo dos US$ 230 milhões no apogeu do negócio, em 2002.

Time Square ficará sem a Virgin

A falta de planos de expansão e a crise internacional agravada em setembro de 2008 levaram à decisão de fechar a loja localizada na Times Square, no coração da cidade de Nova York. A filial tinha apresentado o melhor resultado, de US$ 56 milhões, no ano passado.

— Nossas seis melhores lojas são também os nossos seis melhores lojas do ponto de vista imobiliário - ratificou Wright.

A emblemática loja de 52 mil metros quadrados na Time Square, que virou um dos pontos de referência da cidade de Nova York, será fechada em abril. Em seguida, cerram-se as portas de outra loja na cidade.

O mesmo destino terão as filiais de Los Angeles, São Francisco, Orlando, Flórida, e Denver, todas em junho. Cerca de 1.000 funcionários das lojas e mais 60 no nível corporativo serão demitidos.

A primeira loja da Virgin nos Estados Unidos foi aberta em dezembro de 1992, em Sunset Boulevard, a avenida mais famosa da não menos importante cidade de Hollywood. Mas no início do ano passado foi fechada, quando expirou sua locação.

Mercado de músicas online foi a derrocada

Em sete dos últimos oito anos as vendas de música declinaram, em grande parte devido à partilha ilegal de arquivos através da internet. A tendência atual de comprar canções individuais, em vez de álbuns completos, através da Apple Inc, iTunes e outras lojas virtuais também contribuiu para a derrocada.

A Virgin também ficou conhecida pelas performances do seu proprietário nas inaugurações, que tornaram famoso em tinha lojas abertas muitas vezes com o tipo de acrobacias que ajudaram a tornar famoso Ricrad Branson. Em uma das lojas Branson foi vestido como o vocalista da banda Gun's and Rose, Axl Rose em uma loja de Hollywood, em 2005.

As lojas também serviam como uma maneira de lançar novos artistas ou promover ainda mais artistas já estabelecidos.

Mariah Carey andou no tapete vermelho da loja em Hollywood para a nova versão, em 2005 do álbum "The Emancipation of Mimi" e cantores como Avril Lavigne, Clay Aiken, Faith Hill e lançaram álbuns com noites de autógrafos, com maciça presença de fãs, que muitas vezes ultrapassavam o horário de funcionamento das lojas e seguiam por noite adentro.

— As pessoas podem ir na internet baixar as músicas online, mas nunca conseguirão substituir nossos eventos de divulgação de astros da música. A Times Square era particularmente famosa por causa disso — completou o executivo da Virgin nos EUA.

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